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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Primeira Observação

    

     E então ela se foi, deu o sinal para o motorista do ônibus e procurou em vão um assento. Não demorou muito para encontrar um lugar onde pudesse se espremer em meio a multidão cansada e fatigada, carregando sobre os ombros o fardo cotidiano incumbido a cada um daqueles indivíduos. A menina buscava em cada rosto algo familiar, qualquer coisa que a fizesse sentir-se bem em meio a estranhos. Estranhos? De onde eles estariam retornando ou para onde iriam?
    Eram cachos que misturavam-se com fios multicoloridos emaranhando-se com as tranças da senhora. Para ela, não havia restado dúvida alguma: não importava a natureza das pessoas, nem de onde elas teriam vindo, a questão era o destino escolhido por cada uma delas e como chegariam até ele. Nesse dia, em específico, o veículo era um ônibus, a linha 1.54 rótula que percorria diariamente as mesmas ruas, nos mesmos horários. O local de partida nunca fora alterado, bem como o lugar destinado como ponto final, No entanto, durante todos os dias, alguns rostos toranaram-se comuns e cada novo passageiro que adentrava pela porta lhe despertava um desejo incontido de conhecê-lo e compartilhar vivências.
     Cada cidadão era responsável pelo seu ponto de parada, apertava um botão e o som característico soava pelo corredor lotado de pernas e braços. Alguns deles, ela tornou a ver várias vezes, outros, passaram, despertaram o desejo da menina e cruelmente se foram, sem dar chance a algum possível relacionamento cultivado em migalhas de minutos.
     Ela acreditava que independentemente da primeira impressão que as expressões contidas em cada rosto que passava lhe transmitisse, cada ser humano encontrado por detrás de um olhar, de um sorriso, de um silêncio, de uma angústia conservada no íntimo, seria de alguma maneira interessante ou no mínimo curioso. Cada corpo espremido entre bolsas, bancos e calorias, carregava consigo um pouco de dor, virtude, sabedoria e uma grande vontade de viver. Não importavam as circunstâncias que ela estava submetida, o que de fato lhe tornava incomparável em meio a estranhos era a ânsia por descoberta, conhecimento, vontade de compartilhar, poder de escutar bem como de silenciar quando necessário.
      Em cada viagem realizada naquele ônibus ela pôde conhecer e presenciar fatos que jamais, outro ser poderá realizar da mesma forma singular com a qual ela se vestiu. Cada momento foi único, cada pessoa que passou por ela foi ímpar. Talvez o que falte na maioria das pessoas seja a sensibilidade de ouvir e de maneira inconformada receber o fardo de quem viveu, não se deve descobrir e se calar, muito menos manter-se inerte perante qualquer fato que provavelmente causaria impacto e indignação.
     Foi então que a menina descobriu que a célebre frase : "Normal, acontece com todo mundo, logo passa" é a maior hipocrisia da vida. Não, não acontece com todo mundo, cada pessoa participante da ação sente unicamente, chora uma gota de cada vez, sorri milésimos de segundo, sendo cada um deles único e que não retorna. Até mesmo porque, por enquanto ainda não foi possível sugar uma lágrima de volta para os nossos olhos...

Ludimila do Nascimento Bassan

Todos se vão um dia

"É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
Mario Quintana

   Às vezes me pego pensando como as coisas de fato ocorrem: nascemos, crescemos, conhecemos pessoas, criamos laços de afinidades e sentimentos e um dia elas se vão independentemente da maneira, elas se vão porque tem que ir. De certa forma, em algumas situações há a possibilidade de fazermos algo para impedir essa partida e quando não somos capazes de concluir nosso feito, nos sentimos fracos, frágeis e impotentes.
    Uma vez me disseram que o que conquistamos com facilidade se vai da mesma maneira que veio. Mas analisando a afirmação percebi que não seria essa uma verdade universal uma vez que as pessoas se vão porque tem que ir. Então são recolhidos alguns papéis de cartas, fotos e objetos para que após a sua ida seja possível reconstruir o rosto, os gestos, a maneira de falar e os carinhos de quem já se foi. Científicamente foi comprovado que o cérebro humano funciona como uma espécie de banco de dados que separaria os arquivos mais acessados dos menos acessados para liberar espaço na memória. Esse é um dos motivos que nos fazem colecionar fotos e mais fotos.
     Porém, se as pessoas retornarem, e mesmo distantes durante tanto tempo conseguirem manter os laços e não esquecerem-se, acredite, elas não se vão porque já terão encontrado o caminho de casa.
    Eu sei que um dia me vou, deixando saudades, angústias, algumas alegrias, medo, INCERTEZAS, se acaso voltarei? Não sei ao certo, vou buscar meu sonho, é isso, exatamente o que os sonhadores fazem não? "Meu sonho está dentro do ser humano", sendo assim ele permanece em mim INTACTO, independente do lugar em que eu estiver ele estará comigo e eu sempre encontrarei o meu caminho de volta.

Ludimila do Nascimento Bassan

Por Querer-te

Quando pensamos que tudo acabou
A vida dá uma oportunidade para o recomeço
Mesmo crendo eu que nada disso mereço
Findo-me encarando quem realmente sou
Por diversas vezes fingi ser forte
Em silêncio tracafiei-me em uma muralha
Implorando muito pouco, quase migalha
Fui lançado à vontade da própria sorte
No momento em que menos esperava
Alguém apareceu em meio ao que é vida
E estando eu presa, sem qualquer saída
Obrigada pelas circunstâncias, já o adorava
Como se fosse em um dia qualquer
Tive que ouvir a fatídica palavra ADEUS
Então sozinha, silenciosa com os pensamentos meus
Fiz mil planos como se já fosse uma mulher
Logo, fui acordada por algum ser
Com uma certa incerteza de alguém que ama
E que para viver esse amor, clama
Mas como não há nada a fazer
Faço do teu querer, meu querer
 Ludimila do nascimento Bassan

Eu não vim pra me explicar

"Eu não vim pra me explicar, eu vim pra CONFUNDIR"

    É engraçado e estranho quando as pessoas se esforçam para compreender meus pensamentos, às vezes eles parecem tão claros e óbvios até mesmo para um desconhecido. É como diria a frase: o pior cego é aquele que não quer ver!  Por isso a postagem será somente essa, um parágrafo de 8 linhas no máximo, que é pra testar a capacidade das pessoas de compreenderem o que eu quis dizer com algumas postagens anteriores. Essa será a última postagem destinada a você, contente-se com isso!

Feliz após uma semana NO STRESS!

Cativa-me


"Que planeta engraçado!(...). É todo seco, pontudo e salgado. E os homens não têm imaginação(...) No meu planeta eu tinha uma flor e era sempre ela que falava primeiro."

O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry

    Sendo o Pequeno Príncipe dono de seu infinito particular, fora concedido a ele autoridade sobre seu território e tudo o que nele se encontrava. O princepezinho era adepto à liberdade, odiava a sensação de estar preso e muito menos de ter que prender alguém. Cansado de andar sempre em linha reta, decidiu arriscar nas curvas, é claro que são elas que mudam o sentido e a direção de onde pretendemos ir, colocando dessa forma um ponto final no metodismo consagrado.
    Ele cultivou uma rosa, a qual estaria exposta a todos os perigos enquanto ele permanecesse fora, porém quando estavam juntos, o Pequeno Príncipe parava para escutá-la, apesar de ser apenas mais uma rosa em meio a tantas outras como ela espalhadas pelo mundo. Para ele sua rosa era singular, tanto na essência como existência. Ela fazia parte de uma sociedade composta por um carneiro em uma caixa, um pequeno vulcão inativo, um príncipe curioso e uma rosa. A flor era parte do sistema, portanto teria voz ativa a qualquer momento para um bem coletivo e democrático. Além disso todos os indivíduos completavam-se em uma ajuda mútua de diversas maneiras para que o pequeno asteróide funcionasse em perfeita harmonia.
    A rosa sofria com a ausência do príncipe, bem como o menino se enchia de preocupações com a rosa sozinha e exposta ao perigo, ambos possuiam a necessidade de proteger uns aos outros.
    O Pequeno príncipe não estabelecia regras e muito menos imposições aos habitantes de seu território. Todos os indivíduos contribuiam para o bom funcionamento das atividades do local habitado. Ninguém sentia-se explorado porque conheciam-se tão bem a ponto de realizar as tarefas pelo amor que sentiam uns pelos outros, fazendo de seu trabalho algo prazeroso e estimulante, o pagamento recebido por seus esforços era um sorriso na face do seu próximo.


Há situações em que se faz necessário SILENCIAR e sentir...


Ps: "vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém . Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a 100 000 outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo!"

POR FAVOR CATIVA-ME

Ludimila do Nascimento Bassan

Coisa de Boca


Boca que fala, que repreende
às vezes renega, outrora sente
A boca que cala é a mesma que estala
aquele beijo de arrepiar a gente
Boca, linda boca, seduz alma louca
de um ser displicente
Boca, linda boca, para uns torna-se pouca
Diante a imensidão de quem mente
Essa boca que difama é a mesma que canta
aquela que te seduz e te leva para a cama
Sendo a boca doce, o sabor me encanta
E tão suave é a sua voz quando em silêncio
sua boca me chama.

Ludimila do Nascimento Bassan

Era uma vez um amor

    Já havia se passado tanto tempo desde que ele se foi, mas seu corpo continuava ali, presente, o que era ausente era a alma e a vontade de estar. Os dias passaram tão rapidamente que um mês tornou-se um ano, as horas eram eternas e o momento não os pertencia.
    Ele nunca soube quantas vezes lágrimas rolaram no rosto de Maria, não se deu conta porque nossos olhos enxergam o horizonte, sempre preso no passado e em busca do futuro, porém não são capazes de distinguir o que se encontra embaixo do próprio nariz. Não se sabe ao certo quantos dias se passaram, talvez tenham sido horas, as quais marcaram o fim do que não tivera ao menos início.
    Pelos corredores daquele ambiente, um misto de saudade e ousadia constratavam com a indiferença, a dor e o medo enraizado em cada um dos dois. Eis, que em meio a esse turbilhão de sentimentos revirados, alguém colocou um ponto final nesse trecho, virando a página para sempre.  Os leitores que acompanhavam a narrativa, queixaram-se com o autor, mas, dando este de ombros às lamentações de todos, deu voz aos personagens.
   "Tudo beem, não vou mais notar a sua presença como eu já tenho feito., dessa fotma não me farei notar . Ao menos não me sentirei culpada por não tentar. Já te considerei muito, hoje, quanto mais longe, melhor."
   Após a fala de Maria, ele caiu desacordado no chão, havia morrido
   Então o povo gritou exaltado: "mataram, mataram, mataram o amor". Em seguida a multidão foi caindo, uma a uma até restar somente o escritor.
    Refletindo sobre seu conto em um quarto escuro, bebeu um copo de vinho e saldou as personagens. Bravo, bravíssimo! Dei-lhes vida e viveram, optaram pela morte, que culpa tenho eu? Vos criei, criaram o amor e com as próprias mãos mataram-no. Assassinaram a minha voz, calaram o povo e com suas próprias palavras condenaram-se. Disponho de uma rosa e um adeus. Após refletir, encheu o cálice, fechou o grande livro e até hoje pode ser notado no canto de cada página dele os seguintes dizeres: não sou um mero criador de fantoches, eu gero seres pensantes, sejam eles os donos do mundo." Assinado o professor

Ludimila do Nascimento Bassan

domingo, 19 de setembro de 2010

Só pra me esquecer


Depois de virar a página
Parece que tudo se acertou
E ao buscar as respostas
Percebi que aquele tudo acabou
Pode ser que seja a calma
Pra fazer tudo com cuidado
Talvez tenha esperado muito mais
Do que você seria capaz

Eu já tinha tudo planejado
Na mente dia e horário marcado
Para então dizer que amo você
Só não esperava que já planejava
Uma maneira só pra me esquecer

E enquanto eu me curava
Das dores que alguém me fez
Você então me despistava
Feito alguém fora da lei
Só que enquanto você pensava
Que eu não queria nada com nada
Eu só me preparava pra estar com você
 
Eu já tinha tudo planejado
Na mente dia e horário marcado
Para então dizer que amo você
Só não esperava que já planejava
Uma maneira só pra me esquecer
 Ludimila do Nascimento Bassan

sábado, 18 de setembro de 2010

A Razão de ser

Hoje alguém me viu
Com aquele sorriso de sempre
Mas acho que esqueceu
De olhar no fundo dos olhos
Pois eles não mentem

Muitos conseguem até me ver
Poucos são capazes de enxergar
Que por trás das aparências
Quem sorri deseja chorar

Talvez alguns pensem
Que eu não me entristeço
Hipocrisia da realidade
Pois não sou o que pareço

O palhaço pinta o rosto
Para alguém ver sentido pra sorrir
E no sorriso do lado oposto
Eu vejo motivos para estar aqui
Ludimila do Nascimento Bassan

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Caro senhor presidente, venha dar uma volta comigo?

     
      Imagino como seria ter o poder sobre todas as nações, aplicando jogadas de xadrez em busca de um objetivo que todos já sabem qual é.
     Muitos dizem que a formação de um ser é produto do meio onde vive, que o ambiente ao qual está habituado é licenciatura para a composição do caráter e escolhas ou como diria Almeida Garret: 'o homem é ele e as suas circunstâncias'. Mas se a sociedade é composta por nós, seres humanos, seria correto afirmar que nós somos responsáveis por tudo que nos atinge? De maneira indireta, insistem em nos apontar o dedo e dizer que a culpa é toda nossa, pois não seria de fato?
    O homem está fadado a uma eterna infinidade de frustrações retidas, ele nunca está satisfeito com o que já possui e a cada dia é adicionado por si mesmo, um defeito pessoal, social, econômico e político. Podemos analisar a situação de uma empresa por exemplo: ela está perdendo seus clientes e precisa recuperá-los e buscar novos mercados, ampliando seus negócios. Ela poderia investir em novas tecnologias para melhorar sua produção atendendo com mais rapidez e eficiência as necessidades do cliente. Migrando do ponto de vista organizacional, vamos entender o ambiente interno da empresa. Os funcionários tornam-se resistentes a tais mudanças propostas porque não querem perder toda a experiência que conquistaram até o exato momento ou até mesmo sentem medo por arriscarem em algo incerto que não tem conhecimento ou pela falta de comunicação entre os departamentos. Pode ser percebido que é o homem que impõe barreiras a ele mesmo.
    Uma pessoa que nunca teve algum tipo de poder ou relacionamento com algo semelhante não sabe o que fazer com ele, salvo exceções. Em contrapartida existem outras que se deixam corromper pelo sistema, resultando em calamidades públicas, descaso com certos setores do país e falta de cumprimento com as propostas encontradas em sua campanha. Estamos cansados de saber que quem coloca esses representantes no poder somos nós, portanto somos SIM, responsáveis indiretos pela situação da sociedade em que nos encontramos.
    Um indiano chamado Krishnamurti, desenvolveu uma teoria que atesta as afirmações anteriores, além disso, ele diz que o ser humano nunca vive no presente, ou está preso ao passado ou sua mente está fechada e aberta somente para pretensões futuras. Krishnamurti, menciona que a implantação do sistema socialista não funcionou porque as pessoas por detrás do sistema entendiam muito sobre as questões ecônomicas, porém eram falhos nas psicológicas enfatizando que o homem cria o problema e depois se questiona como poderia resolvê-lo.
    Possuir o poder não é sinônimo de saber administra-lo a fim de solucionar os problemas sociais. A liderança é um dom, por isso, nem todas as pessoas a possuem.


"(...)nossa realidade só pode ser alterada quando tomamos consciência de nossa vida verdadeira, quando criamos um dialogo com nos mesmo, quando temos o que Sócrates chamou de auto-cuidado, quando nos tornamos responsáveis por nos mesmo quando assumimos o destino de nossas vidas em nossa própria mão, quando somos capazes de pensar por nos mesmo, e não pensar a partir do pensamento de outro individuo, lideres são importante em uma sociedade, mas ó líder mais importante somos nos mesmos(...)"
Euzébio Costa

Ludimila do Nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)

Talvez eu tenha me cansado

  
"Cansei desse tal parnasiano,
ele que entre pelo cano
e navegue nos mais profundos rios
da indiferença e orgulho"
L.N.B

    Cansei dos medos que me rondam dia e noite, noite e dia, incessantemente me perseguem sem o mínimo de pudor ou misericórdia, vivo sob um cárcere libertário. Cansei de ter que fugir dos problemas que a todo momento cruzam o caminho de quem anda em busca de algo, a solução é muito mais simples quanto parece: encare-se uma única vez no espelho e perceberá que o que chamamos de problema, na realidade é um sistema ilusório que criamos, porque a resolução desse emaranhado de contradições se encontra em um único espaço, o mesmo que deu origem aos nossos anseios: O próprio ser humano.
    O Homem, em toda a natureza, é a única espécie que implanta uma armadilha para si mesmo. Podemos nos contradizer a todo momento, tentando agradar a uma grande quantidade de pessoas simultaneamente, no entanto os selvagens, unem-se em bandos em prol de um bem comum que vai muito além de sua própria sobrevivência, e sim da permanência de toda uma raça, de uma espécie.
    Com o passar dos anos, as pessoas tornaram-se cada vez mais individualistas e passaram a lutar por uma causa que não pertencia a um conglomerado, deixaram para trás a união e esqueceram-se da raiz de uma luta válida. Lutar sozinho por uma causa teoricamente indefinida gera um conflito social de uma imensidão vasta.
    Mas apesar de tudo, o espírito transformador ainda existe em cada indivíduo, ainda que seja revelado através de uma injustiça cometida com uma pessoa muito próxima; isso prova que ele ainda está lá, permanente e intacto, camuflado? Talvez. Escondido por detrás de um medo aparente que sobressai a qualquer sinal de imposição, nos colocando em um patamar submisso. Novamente, encontramos o ser contraditório, confrontando-se com o seu próprio reflexo: espécie X espécie, caminhando em direções contrárias, buscando incessantemente se encontrar consigo mesmo.
Ludimila do Nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)

Paralisação pela educação

 
"Os poderosos podem destruir uma, duas, até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera."
CHE GUEVARA

   Na última terça-feira (06) a fim de cumprir com o objetivo dessa frase, cerca de 150 pessoas envolvendo alunos e professores da Escola Técnica Estadual Conselheiro Antonio Prado marcharam pelas principais avenidas da cidade de Campinas totalizando aproximadamente 8km sob uma chuva incessante.
    O manifesto era em apoio a luta dos professores por melhores condições de trabalho, aumento salarial e reivindicação à perda de vínculo das ETEC's com a Unesp (Universidade Estadual de São Paulo).
    Durante a semana várias atividades foram desenvolvidas com os alunos, juntamente com a gestão do Grêmio 2010, Até Quando?, com o objetivo principal de colocar a situação vivida pelos professores em um patamar de igualdade com os estudantes. À portas fechadas, ocorreu uma reunião do corpo docente da escola com alguns alunos votados como representantes, para que dessa maneira, todos pudessem entender as reivindicações do sindicato e poderiam assumir uma posição perante a possível greve. Dentro da sala, foi votado o apoio ou não à greve dos professores do Centro Paula Souza organizada pelo sindicato. Uma maioria considerável dos docentes vetou a possibilidade de adesão, no entanto apoiaram a paralisação de um dia, que aconteceria entre todas as etec's vinculadas ao Centro Paula Souza.
    Através de debates, os estudantes poderiam expor sua opinião de forma saudável sobre os últimos acontecimentos, discutir de maneira politizada e democrática as questões que afetam o setor educacional e até mesmo gerar polêmicas sobre o descaso do governo com a educação pública.
    O atual governador do estado de São Paulo, José Serra, aumentou o número das escolas técnicas no estado, para o fornecimento de mão-de-obra qualificada e barata para que pudesse suprir as carências do mercado, além de ampliar o número de vagas nas escolas. Porém, não assumiu a responsablidade de manter a implantação dessas mudanças; sabemos que a verba destinada à área da educação é muito baixa com relação aos outros setores (25%) e por esse motivo as escolas sobrevivem com falta de livros e materiais de pesquisa, infra-estrutura ultrapassada e uma precária doação semestral dos alunos que não cobre os gastos totais da instituição de ensino.
    Como previsto no estatuto da criança e do adolescente, é direito frequentar uma escola pública próximo à  residência, mas hoje o que encontramos é uma enorme discrepância entre as escolas estaduais e municipais, as quais possuem salas abarrotadas de alunos sem condições de suprir as necessidades de todos eles.
    A educação é gratuita, é um direito, não deve ser vendida e muito menos comprada. O que encontramos no cenário educacional é roubo, fraude, corrupção entre as corporações de ensino, competição barata por vagas em concursos públicos, tráfico de informação livre a qual todos deveriam ter acesso e não uma minoria elitizada que enche os bolsos dos ladrões do plenário.
    É muito simples culpar a população por jogar pérolas aos porcos ou entregar um país nas mãos de desavisados, e acima de tudo manter-se neutro e incompatível com a realidade na qual estamos inseridos. Acovardar-se em um momento que todos deveria ser fortes é o maior sinal de conformismo e egocentrismo já descoberto. Segundo Sun Tzu, um estudioso das estratégias ulilizadas em grandes guerras, a superioridade numérica do exército não influencia diretamente na batalha, o que interfere é o conhecimento de si mesmo, do inimigo e colocar os soldados diante da morte certa, eles definitivamente não recuarão diante a batalha, pois a sua motivação está entre viver ou morrer.
    Lutaremos por uma vida digna, uma educação e saúde pública de qualidade até o dia em que não sejamos chamados de problema social gerado de maneira intrinseca por nós mesmos.
    Encerro com uma declaração:

"No dia 06 de março de 2010, em meio a uma multidão em polvoroza, dotada de esperança que tentava atacar a fraqueza de quem dedeveria ser seu aliado, porém lastimávelmente tornou-se um inimigo voraz, EU ESTAVA LÁ, abraçando uma causa que não era de forma alguma egoísta ou encabeçada por uma mente brilhante, éramos simplesmente guiados pelo espírito de liberdade revolucionária enraizada na transformação completa do status cuo ao qual a maioria está habituada. Me desculpe os muitos, mas sou a minoria !"
LUDIMILA N. BASSAN
 Ludimila do nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)

Utopia


Não me encontro entre anjos,
mas sim, em uma selva de demônios
muitos são os obstáculos em meu caminho
no entanto, são os meus erros
que me mostram como é bom
mergulhar de cabeça e não somente molhar os pés.
Grande é a quantidade de cegos
perante a maravilha proporcionada pelo capitalismo
Foram necessários vários tropeços e tombos
para que enfim eu pudesse abrir os olhos
e ver que não sou mais um boneco a ser manipulado
Em meio a esse marasmo de gente
minha mente se atordoa em várias voltas
às vezes me envergonho por cair e me machucar,
mas me sinto feliz pois tenho pessoas ao meu lado
e a tal liberdade que é vista por muitos
porém utópica para outros?
Penso que tais poensamentos
me fazem aprender que o sol brilha para todos
e que os grandes tornam-se pequenos
em meio as dificuldades da vida
pois podemos apagar o passado
mas o futuro, é incerto.

(texto produzido durante a aula de PA [produções artísticas])
Ludimila do Nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)

Trabalho na Revolução Industrial*

Conclusão do seminário de Gestão de Competências sobre o trabalho na Revolução Industrial


     Se comparássemos as condições de trabalho vividas durante a Revolução Industrial com aquelas que conhecemos e vivenciamos atualmente, perceberíamos que ela possuia um relativo contato e ligeira semelhança com o regime escravista. No entanto, a diferença mais visível que observamos foi o trabalho assalariado, que por menor que seja é melhor do que vender sua mão de obra por nada.
    Os castigos realizados pelos supervisores de produção aos operários, não fogem muito àqueles que eram feitos pelos feitores das fazendas com relação aos escravos. Mas foi a partir do anseio por mudanças e com total certeza, fuga dos padrões conformistas da época, que os operários conquistaram vários direitos que hoje são encontrados com direitos do trabalhador, os quais as empresas devem cumprir.
    Sem dúvida alguma a Revolução do Proletariado, ocorrida durante a Revolução Insdustrial, desencadeou uma série de mudanças que constantemente são alteradas até os dias de hoje. Devemos muito aos operários que não etemeram e que fizeram da união a força para que o real sentido da palavra REVOLUÇÃO seja de fato cumprido: o papel de transformação constante e por completo.

Ludimila do Nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)

Mesmice



"Em nossos dias o homem consegue dar a volta ao mundo, afastar a morte para bem longe, determinar o peso das estrelas, extrair óleos das entranhas da terra, fazer uma galinha pôr 365 ovos por ano, amestrar cães, ensinando-lhes a fumar cachimbo, bem como aos leões a jogar bola. Mostre-lhe no entanto5 pães e 2 peixes para vender, e 5 adultos passando fome, e 2 crianças sem dinheiro, e ele logo irá convocar uma conferência, criar comitês e subcomitês, fazer eleições e exclamar em tom de lamento : Meu Deus, essa crise nos deixa inteiramente atados! Empreende uma série de inutilidades para depois se recolher. Os 5 adultos e as 2 crianças continuam a passar fome; os 5 pães e os 2 peixes permanecem intactos"

(Senhor Mamoulian
Ainda resta uma esperança - Johannes Marius Simmel)

    Essa manhã, durante a aula de PTC (Projetos Técnico Científicos), abri o armário da sala e vi esse livro, lembro que o nome do autor foi o que mais me chamou a atenção, pois já havia lido outro livro dele. Nele, é contada a história de um homem que lutou na Segunda Guerra Mundial, vivendo em meio a crise econômica do pós-guerra. Durante esse período, ele perdeu sua famíla e sua casa, era um homem sozinho no mundo, desesperançado se afunda em um mundo de bebida e decide morrer, no entanto, no decorrer da história ele conhece várias pessoas que perderam tudo na vida e se encontravam na mesma situação que ele; porém não desejam a morte e preferem enfrentar os seus problemas a realidade de maneira sútil e alegre, o convencendo a VIVER mais um pouco a cada dia mais.

"Quanto mais me aproximo da morte, mais percebo que eu quero viver"

Ludimila do Nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)

Palavra dita de tão longe



"Mas que tens? Não me reconheces?
De mim afastas teu rosto?
Pois tanto pode o desgosto
Transformar o rosto meu?
Sei a aflição quanto pode,
sei quanto ela desfigura,
e eu não vivi na ventura...
Olha-me bem, que sou eu!"
Ainda assim - ADEUS - Golçalves Dias

"Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranquilo:
QUERO SOLIDÃO.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens,
Nenhum inimigo e nenhum irmão.

Que procuras? TUDO. Que desejas? - NADA.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?

Deixo aqui meu corpo,entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão"
Estandarte triste de uma estranha guerra...)
QUERO SOLIDÃO!!"
Despedida - Cecília Meireles

    Através dos poetas, a ti me desponho. Não falarei por mim, pois eles já disseram antes que eu o pudesse. Silenciei-me ao máximo, guardei segredos tomando sempre o cuidado de não me aproximar muito e durante esses últimos dias, mantive-me à espreita a esperar pelo tempo.
     Se souberes como me explicar o critério selecionador do coração, serei eternamente grata. Preciso me defender, me vacinar... ESTOU À BEIRA DE UM COLAPSO.
    Ao optar por permanecer só, não me isento de qualquer possível culpa, muito pelo contrário, visto mais uma vez a roupagem do egoísmo que pretende guardar os sentimentos, não quero magoar mais ninguém! Deixe-me sonhar nesse mundo abstrato, ao qual me faço dona...
    Para quê insistir tanto em algo que não pretende tornar realidade? Por que seria a ilusão chave mestra para a porta da dor?
    Não mais me iludirei e nem a você!
   
   "Deixo as pessoas livres, as pessoas e as coisas, se um dia elas voltarem é porque de fato pertencem a mim e eu me sujeito a elas, porém se ao contrário for, nunca as possui e muito menos elas a mim!"

Ludimila do Nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)

Visão Jurídica do Sistema de Cotas


Curso Técnico em Administração pela ETEC Bento Quirino, hoje tivemos aula de "Direito" . Em sala de aula, nos foi encarregado a resolução de um exercício, no qual deveríamos argumentar se o sistema de cotas universitário estava de acordo ou não com o Artigo 5º do Código Civil, através de um ponto de vista jurídico:

"Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes nos país a inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e propriedade".

R: O sistema de cotas das universidades não fere o princípio da isonomia que garante igualdade entre os iguais e desigualdade entre os desiguais. Partindo do princípio de que todos são iguais perante a lei, a utilização das cotas universitárias denotaria uma suposta incapacidade das minorias étnicas. Pessoalmente acredito que o desenvolvimento desse sistema teve como base antecedentes históricos, tais como o tratamento que os negros e índios tiveram em nosso território, reduzindo drásticamente a população dessas etnias em nosso país. Essa seria somente mais uma das tentativas de inseri-los em nossa sociedade, como fator de compensação em relação aos antecedentes. Porém, devemos reconhecer que os negros, pardos e índios são minorias étnicas se comparadas à maioria existente no território brasileiro e por isso utilizam-se da isonomia tratando com desigualdade os desiguais. Desiguais sim, perante a quantidade relativa à maioria predominante, e ainda assim iguais, pois todos são considerados iguais perante a lei.

Ludimila do Nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)

Sem nexo!

"Quanto mais me aproximo da morte, mais percebo que eu quero viver!"



    Começo essa postagem diária, sem tema, sem um fundamento, sem embasamento, SEM NADA. Relacionado ao inexistente me coloco a mercê do momento, sentimentos que vem e disparam o coração da gente e mesmo assim, me torno incapaz de descrevê-lo ou nomeá-lo. Parece fácil falar que o tempo passou e que não há mais sentido em tentar resgatar algo que nunca foi, de fato, nosso. Tenho , pulsando em mim VIDA, mas ainda assim, penso que minha tendência é caminhar para a morte, sem chance alguma de retroceder. Se realmente não tivermos outra chance de recuperar o tempo perdido, seremos somente mais um que passa mais da metade da vida dormindo e quando se aproxima do fim de sua existência percebe que o que ele mais queria era VIVER!

Ludimila do Nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)

O machismo exala a Chanel

   
    No próximo dia 8 de março, datado como o dia Internacional da Mulher, várias esposas receberão buquês de flores, abraços e homenagens de seus respectivos maridos, pura e simplesmente pelo fato de fazerem parte do gênero feminino. No entanto, simultaneamente, é esquecido o real motivo dessa data ter sido instituídano calendário, banalizando assim, o embasamento político-social que deu início aos movimentos feministas.
    Isso pode ser constatado utilizando um simples controle remoto; na tela da televisão veremos mulheres que se destacaram profissionalmente, cargos em ascensão e conquistas obtidas por elas através dos anos. Todavia, ocultam a realidade mundial das mulheres submetidas a uma sociedade patriarcal e submissas a condutas morais pré-concebidas. Partindo desse princípio, as instituições jornalísticas foram esmagadas e comprimidas aos interesses políticos e econômicos das grandes corporações de mídia, vendendo seus ideais e a essência informativa em troca de uma opressão camuflada.
    O abuso de poder e a coersão provém de um contexto histórico decorrente do acúmulo de opressões sofridas, pregando a lei da selva, na qual o mais forte prevalece. Independentemente de quem fôr o mais fraco, pois nessas situações os interesses relacionados a status e poder econômico superam qualquer vestígio de humanidade ainda existente.
    Geralmente, assuntos como o feminismo ou até mesmo a luta de classes (opressores X oprimidos) não são debatidos na maioria das escolas, tanto na rede pública como privada. Parecem assuntos utópicos e incabíveis para os jovens, devido a preconceitos, falta de informação ou estímulo. Os professores foram programados para produzirem robôs que por sua vez, são programados pelos primeiros a obedecer ordens e tornarem-se mais um oprimido nesse marasmo cibernético.
    A partir do momento em que somos matriculados na escola, constantemente nos bombardeiam com idéias pré moldadas acerca do vestibular. Passamos 11 anos da nossa vida sendo preparados para esse momento e se por algum motivo não nos selecionam porque não atingimos as expectativas, frustrantemente nos taxam de imaturos e sem futuro.
    São esses mesmos ideais pré -moldados que traçam o estereótipo social de cada segmento. Quem nunca assistiu a um comercial de cerveja por exemplo? Temos na tela da tv a mulher objeto que se vende por um copo de cerveja. Olhe para o lado, talvez você esteja vendo uma dona de casa que não tem o seu trabalho reconhecido pelo ministério do trabalho como atividade remunerada, ou uma mulher com dupla jornada de trabalho que sustenta uma família sozinha.
    Esse é um fato que prevalece em muitas famílias ultimamente. Se olhássemos há  décadas atrás não estarímos vendo nem mesmo a possibilidade disso acontecer. E infelizmente, essa ainda é uma realidade vivida por uma grande parcela da população feminina no mundo todo.
    Em especial, as mulheres haitianas que são submetidas a relações sexuais em troca de alimento. Essa não é uma realidade tão distante. Esses atos são cometidos por milícias organizadas pelas tropas do exército que utilizam a falsa nomenclatura de MISSÃO DE PAZ.  Desde quando a paz se conquista com fuzis ou como pode-se reerguer um país em detrimento de situações humilhantes como a violência contra a mulher? Muitos podem pensar que isso acontece em outro país e que a população brasileira não tem nada a ver com isso. Infeliz seja esse pensamento egoísta que tapa os olhos dos pensadores! Se o próprio exército brasileiro enviado para o Haiti comete tais ações fora do território, sendo que foram encarregados a outra tarefa que nada tem a ver com estupro de mulheres e adolescentes, que autoridade temos nós, cidadãos do Brasil, que colocamos os governantes em seus lugares que hoje são ocupados e que oferecem mais destruição à quem necessita de ajuda?

HIPÓCRITAS SOMOS!

Ludimila do Nascimento Bassan
(o olho quetudo vê)

Ps: Escrevo após um dia exaustivo, enclausurada em uma sala, na qual renegados são aqueles que fazem do conformismo, FILOSOFIA DE VIDA!

Meu Juízo



Em meio a solidão em que me encontro
me faço juíza de mim mesma
absolvo quem um dia me feriu
findando por condenar-me

Colocando-me como um réu
Eu própria me julgo
Condeno-me por ser frágil
Frágil e fraca a ponto
de não destinguir o sim e o não

Enclausurada estou
através de uma grade
posso ver o nascer do sol após se pôr
a luz que sorrateiramente invade o quarto
é um ligeiro sinal de esperança

Cada escolha uma consequência
cada consequência uma ação
cada ação um argumento
cada argumento um fato
cada fato um alguém
cada alguém uma lágrima
E em cada lágrima há sempre uma história
como aquela que vivemos

Escrevo, após a última palavra
de um livro que li:
IMPORTÂNCIA
Palavra esta da qual não faço mais parte.

Ludimila do Nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)