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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Era uma vez um amor

    Já havia se passado tanto tempo desde que ele se foi, mas seu corpo continuava ali, presente, o que era ausente era a alma e a vontade de estar. Os dias passaram tão rapidamente que um mês tornou-se um ano, as horas eram eternas e o momento não os pertencia.
    Ele nunca soube quantas vezes lágrimas rolaram no rosto de Maria, não se deu conta porque nossos olhos enxergam o horizonte, sempre preso no passado e em busca do futuro, porém não são capazes de distinguir o que se encontra embaixo do próprio nariz. Não se sabe ao certo quantos dias se passaram, talvez tenham sido horas, as quais marcaram o fim do que não tivera ao menos início.
    Pelos corredores daquele ambiente, um misto de saudade e ousadia constratavam com a indiferença, a dor e o medo enraizado em cada um dos dois. Eis, que em meio a esse turbilhão de sentimentos revirados, alguém colocou um ponto final nesse trecho, virando a página para sempre.  Os leitores que acompanhavam a narrativa, queixaram-se com o autor, mas, dando este de ombros às lamentações de todos, deu voz aos personagens.
   "Tudo beem, não vou mais notar a sua presença como eu já tenho feito., dessa fotma não me farei notar . Ao menos não me sentirei culpada por não tentar. Já te considerei muito, hoje, quanto mais longe, melhor."
   Após a fala de Maria, ele caiu desacordado no chão, havia morrido
   Então o povo gritou exaltado: "mataram, mataram, mataram o amor". Em seguida a multidão foi caindo, uma a uma até restar somente o escritor.
    Refletindo sobre seu conto em um quarto escuro, bebeu um copo de vinho e saldou as personagens. Bravo, bravíssimo! Dei-lhes vida e viveram, optaram pela morte, que culpa tenho eu? Vos criei, criaram o amor e com as próprias mãos mataram-no. Assassinaram a minha voz, calaram o povo e com suas próprias palavras condenaram-se. Disponho de uma rosa e um adeus. Após refletir, encheu o cálice, fechou o grande livro e até hoje pode ser notado no canto de cada página dele os seguintes dizeres: não sou um mero criador de fantoches, eu gero seres pensantes, sejam eles os donos do mundo." Assinado o professor

Ludimila do Nascimento Bassan

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"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las".
(Voltaire)