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domingo, 3 de junho de 2012

Coisa de Poeta



Sabe que é coisa de poeta viver olhando de lado e não encarar seu olhar
Talvez ele olhará na hora certa, quando você virar o rosto para não envergonhar
Aquele pensamento distante parece que ele nem está ali observando a tudo
Parece uma máquina que te analisa em silêncio e você nem sabe como é sortudo
Sabe que é coisa de poeta transformar a alegria em dor
E também é coisa de poeta dizer que tudo isso faz parte do amor
Dizem que o poeta é uma coisa que não sabe de onde vem e muito menos aonde vai
O chamam de gatuno, amante da noite, do bom vinho e do carteado
Eu diria que o poeta está ali para amar tudo que estiver ao seu lado
É coisa de poeta ser sedutor e depois desprezar
Mal sabem que o poeta é a coisinha mais fácil de se apaixonar.
O poeta ama a liberdade e tudo o que vem com ela e por ela
Mas acaba preso por ter tudo o que quer e não se prender a nada
Sabe que é coisa de poeta não terminar a ideia original
Porque o poeta dorme se tem sono, ele ri se tem vontade não poupa as lágrimas
O poeta vai dizer que tudo é belo, até o feio lhe encanta
Até o pior de todos os seus dias acaba num glorioso samba
É coisa de poeta amar sem ser amado, desejar o que não pode ter
É coisa de poeta permitir-se continuar a sofrer
É coisa de poeta não falar de si mesmo quanto aos seus sentimentos
É coisa de poeta nunca ter uma caneta no bolso quando a inspiração chega
É coisa de poeta não dizer que ama e só demonstrar nas entrelinhas
É coisa, são coisas coisadas cheias de coisinhas
Você dirá que nada entendeu
E quem disse que esse poema era teu?
Isso é coisa de poeta e não algo seu...

Ludimila do nascimento Bassan