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domingo, 9 de janeiro de 2011

"bloco do eu sozinho"

"No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade"
Albert Einstein



    Recentemente, estava revirando meu armário e tive o grande prazer de encontrar, escondida em meio as caixas de sapato e alguma bonecas, minha caixa de cartas. Sentei no chão do quarto e comecei a lê-las. Esse momento poderia ter trazido recordações, lembranças e saudades, mas na minha opinião, ele trouxe consigo algo muito maior. Pude observar minha vida por quem enxergava algumas situações por outro ângulo senão o meu, enfim, foi um momento de grande conflito e reflexão com alguém, que hoje, após essa experiência, passou a conhecer-se melhor, a entender e respeitar seus limites, a não temer perante um momento que seja capaz de alterar o curso do seu planejamento, e, além disso foi possível compreender o que eu fui, o que eu sou e quem eu quero me tornar.
    Há algum tempo atrás, eu era feliz com coisas tão pequenas, na realidade, não eram as coisas que me importavam tanto, eram os momentos que eu vivia com as pessoas, sendo que esses mesmos momentos eram capazes de transformar uma saia em peruca, uns fios de barbante em colares e uma escova de cabelo em um microfone e PLIM! Como em um passe de mágica, lá estávamos nós em Paris em um grande show cujos ingressos haviam se esgotado.
    Ao retirar uma das cartas contidas na caixa, lá estava eu de frente para um garoto mais velho e de cabelos compridos me falando coisas bonitas e me fazendo acreditar que eu era a pessoa mais linda do mundo e PLIM! Lá perdeu-se minha infância, minhas bonecas, meus shows em Paris. Havia beijado o primeiro garoto da minha vida. Me lembro que nessa mesma época tive minha primeira frustração amorosa, que aconteceu menos de 24h depois de ser beijada...
    A partir desse dia, descobri o valor da amizade e passei a pensar que todos os homens que eu conheceria futuramente seriam completos idiotas.
    Em um pequeno bilhete: mudança de planos, arrumei um namorado no auge dos 14 anos. A família surtou, os amigos surtaram e ao final de 6 meses, a surtada era eu! PLIM! Percebi que os homens são semelhantes, trocam de mulher como trocam de roupa, ou seja, recentemente fui informada que esse namorado vai se casar com a minha vizinha... O que vocês pensariam no meu lugar?
     Após esse período não possuo registros em cartas. Mas, acredito que o maior aprendizado que eu pude ter durante esses 18 anos não estará contido em alguns papéis, que com o tempo se deterioram e viram pó, e sim em cada parte de mim, em cada característica adquirida, em cada atitude, em cada escolha...
     Muitas vezes já me pediram para que eu me definisse como pessoa, afinidades e todos aqueles blá blá blás e eu não consegui. Mas hoje, eu sei exatamente quem eu sou. Aprendi a organizar minha vida, meus planos, minhas metas e meus meios de atingi-las (só não entrem no meu quarto durante a semana!). Aprendi que para cada situação que as pessoas passam, existe um tempo, um momento e uma razão, na realidade nunca sabemos a razão, mas o momentos será definido de acordo com as escolhas realizadas por todas as partes envolvidas. Tudo bem, não disse quem sou eu ainda--'.
    Digamos que sou um retrocesso, rumo ao progresso. EXATAMENTE! Tudo o que eu vivi, foi responsável por tornar-me quem sou hoje, eu tenho a necessidade de parar, respirar e dizer CALMA! Olho para trás e percebo tudo pelo que eu passei, as minhas atitudes, revejo minhas decisões e escolhas, traço novas rotas, remanejo atalhos para continuar cometendo erros, e eu sei que isso é uma busca constante durante a vida, não só por mim Ludimila, mas por todos os seres da Terra, a busca pela perfeição é nítida em qualquer espécie espalhada pelo planeta. A diferença, é que de todos esses erros, pude tirar proveito e tudo me serviu como experiência. No entanto, admitir o erro, aprender com ele e remoldar os planos é um progresso para que futuramente não seja necessário retrabalhar o que um dia já foi feito em sinônimo de perfeição.
     
Posso ser:
*aquela que um dia você viu na rua, descalça de cabelo preso gritando "Passa a bola"
*aquela que subiu em um palco toda tímida para dançar ROUGE
*aquela que por várias noites sentou-se na sacada escrevendo algumas coisas que ela não mostra para qualquer pessoa
*aquela que sempre tirou nota baixa em matemática, mas sabe vender uma ideia
*aquela que já se prejudicou pelo prazer de ver alguém sorrindo
*aquela que você conversou no ônibus enquanto todos dormiam
*aquela que possui várias cicatrizes, mas a maior delas é imperceptível ao olhar humano
*aquela que vai jogar sinuca no bar só para acompanhar a amiga, porque na verdade ela nem gosta tanto de sinuca
*aquela que ama, incondicionalmente, inexplicavelmente e que está se sacrificando por um amor que ela sabe que é o único de sua vida, por entender e respeitar tudo o que aconteceu nos últimos 4 anos...
*aquela que sonha, que tenta demonstrar esse sonho desejando profundamente, apesar de todos os NÃO's que a vida lhe ofertou, que alguém os compre...

Essa sou eu... e nada mais

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