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domingo, 12 de setembro de 2010

"Tudo o que se vê não é igual(...)"

  
    Constantemente somos bombardeados com informações de inúmeras procedências. Seja na vida profissional ou pessoal, vários são os argumentos que incessantemente tentam nos seduzir e nos convencer de que o padrão demonstrado através das corporações de mídia é de fato, o único aceito pela sociedade.
    Segundo o juramento realizado pelos bacharéis da área de comunicação, a informação deveria ser primordial durante a profissão exercida, tornando obrigação não se omitir qualquer indício que possa alterar o que será transmitido. No entanto, o que hoje enxergamos não passa de uma competição por audiência, possuindo como objetivo principal a obtenção de lucro. Seria absurdo pensar que esse acontecimento é restrito a esse período, muito pelo contrário, as instituições jornalísticas juntamente com a sua essência informativa foram perdidas através dos anos.
    Ao ligar a TV no horário dos noticiários, pode-se perceber o conflito de informações devido à omissão de alguns acontecimentos e à adição de outros, que possivelmente não serão verídicos. Se trocássemos de emissora, constataríamos que o assunto abordado possui semelhanças, mas algumas diferenças também. Por esse motivo torna-se questionável a realidade dos fatos expostos.
    A competitividade televisiva, nunca deixou de ser um ícone construtivo e de grande importância, pois a sua existência garante a permanência das corporações de mídia no mercado comunicativo. Porém, quando há alteração no foco competitivo, o objetivo principal é abolido e deixa de ser a superação, para então ser substituído pela destruição de seu concorrente.
    Inicialmente, as instituições jornalísticas possuiam o mesmo objetivo, sendo ele de transmitir a informação de maneira clara para a população, a qual deveria repercutir através das gerações posteriores. Todavia, infelizmente, constatamos que não foi esse o rumo que a tragetória tomou. Chegamos em casa e assistimos a uma batalha por nossos preciosos minutos de atenção e inconsciente e subjetivamente aceitamos ordens sem questionar ou contestá-las, fazendo com que a informação adquirida e absorvida se transforme em uma verdade absoluta e não passível de erros.
    Deveríamos nos questionar aonde foi parar o jornalismo verdade, puro e limpo. Estaria ele estacionado nos períodos das grandes repressões? Há quem acredite que sim, porém ainda existem cidadãos que acreditam na possibilidade de poder um dia enxergar além das vendas que tentam nos impor. Sendo eles profundos na semelhança pela luta objetivada pelo direito de conhecer a verdade escondida por detrás de um PLIM PLIM!


Ludimila do Nascimento Bassan
                                                                                                                                   (O Olho que tudo vê)

Carta de Despedida


 Minha querida Filha,

    Estou prestes a me entregar aos meus delírios e colocar um ponto final aos meus anceios. Não direi que a morte me beijará ao final desta carta, mas imagine tudo como uma viagem, semelhante àquela que realizamos no final do verão.
    Por favor não chore, pois eu não suportaria ver uma única lágrima que saísse dos seus olhos destinada ao chão, frio e incensível. Se dessa maneira fosse, partiria com a culpa de não ser a mão que por instinto tocaria seu rosto, para que nenhuma gota permanecesse. E sem sombra de dúvidas doe meus pertences pessoais, inclusive o relógio de pulso que ganhara de presente da sua mãe antes mesmo do seu nascimento, o dinheiro depositado no banco é seu, não o entregue a ninguém, pois batalhei muito para que ele fosse aplicado no seu futuro, por isso administre-o com sabedoria. Retire das paredes, todas as fotografias que contenham a minha imagem, torne a minha existência algo questionável ou até mesmo uma lembrança fruto do seu pensamento e somente dele.
    Não quero ser eternizado, e muito menos homenageado em um cortejo fúnebre. Não mande coroas de flores, pois sabes muito bem a aversão que tenho a elas. Se acaso me acusarem, defenda-me, porém, se em algum momento o meu nome fôr bajulado demais, cale a boca de quem diz tanta asneira a meu respeito, porque como alguém que viveu em natureza humana, sua essência torna-se passível de erros.
     Faça da despedida algo agradável e não gótico como os velórios comuns. Que seja um momento de conversas e descontração, afinal, por mais lágrimas que eu tenha feito rolar, não foi só a elas que dediquei a minha vida. Faria de tudo para brotar um sorriso em sua face. Use palavras simples, porém sinceras. Não desejo discursos pré-moldados, gostaria de depoimentos e declarações a meu respeito. Não sirva café, mas sim, um delicioso martinni.
     E por último não diga adeus, brinde! Aos momentos felizes e de afeto que passamos juntos, pois são esses momentos que devem ser eternizados, não em documentos, pois com o tempo a papelada se deteriora, e sim na psiquê mais íntima do ser, carregue-me na alma e no coração, fazendo-me pulsar em suas veias, para que assim, e somente assim eu permaneça mesmo já tendo partido.


Com amor e todo o zelo contido nele,  seu amigo, Papai.


PS: Não esqueça de tirar o frango do congelador, ao contrário ficará sem jantar essa noite





Ludimila do Nascimento Bassan
(O olho que tudo vê)

O conformismo é uma pena


  
    Já se tornou rotina, sentirmo-nos diminutos perante a sociedade e ao sistema imposto por ela. O significado da palavra comodidade parece ter sido reformulado de maneira a nos seduzir, demonstrando assim, que as melhores soluções para os problemas existentes seriam a omissão e o silêncio. Embora seja uma situação pertinente a essa geração, não podemos negar o  fato de que esse comportamento seja fruto de toda uma tragetória histórica.
    Com relação ao perído do regime militar no país, a população era oprimida, o direito de ir e vir já não se fazia presente e muito menos a liberdade de expressão. A maioria das pessoas que fizeram parte de toda essa repressão, não se sente à vontade para conversar abertamente sobre o assunto, dessa forma podemos concluir o tamanho da marca que essa época deixou nos cidadãos. No entanto, depois de tantos anos terem se passado, a mídia trata esse fato como sendo pequeno e isolado perante o mesmo período vivido em outros países. Seria esse mais um descaso da imprensa ou um pensamento construído através das décadas?
     É importante relembrar que as pessoas enquanto humanas são seres racionais, logo, possuem a capacidade de análise da situação, extraindo dela um pensamento crítico. Porém, a conveniência adquirida e absorvida pela sociedade e seus inúmeros artifícios, trouxe consigo a comodidade e a praticidade de silenciar um pensamento e esconder idéias contrárias à massa social em prol de um possível bem puramente individual.
     O que há de mais interessante no "umbigocentrismo" é o falso pensamento que persiste na mente de quem adere a ele, o qual gera um conforto momentâneo, partindo do princípio de que  dessa maneira seu conforto não será atingido e que aparentemente está tudo bem. No entanto, torna-se escravo de seus próprios medos, pensamentos e angústias.
     No conformismo é depositado o fim da luta por uma causa. Toda bagagem extraída de anos de batalha é abandonada. Baseado nele, todas lágrimas derramadas pelas mortes dignas são denominadas de poças d'água, as quais diariamente são pisoteadas por estranhos. O que resta é armazenado e documentado em bibliotecas, somente para que se cumpra com a burocracia, sendo elas futuramente  fontes de pesquisa. Mas, enquanto existir a indignação e o desejo de transformar, por menor que seja, o conformismo, ainda assim, penderá para o lado da extinção.



"Os grandes só parecem grandes porque estamos ajoelhados"
Che Guevara


Ludimila do Nascimento Bassan
(O Olho que tudo vê)