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domingo, 31 de julho de 2011

Eu sei, só não sei explicar

"...creia-me, os fatos mais deploráveis, quando tomam o bom caminho podem levar à felicidade"
Creonte - "Édipo Rei"- Sófocles


    Ainda não encontrei nada mais autêntico e profundamente verdadeiro do que o arrependimento e há quem diga que mais uma desculpa à toa é capaz de resolver, porém se existe algo que seja diretamente proporcional a arrepender-se, esse algo é o perdão.
    A necessidade de ser perdoado é uma das semelhanças do ser humano, já que o homem possui a natureza errante de qualquer indivíduo. Ele adquire um comportamento desigual em proporção à sociedade que construiu, portanto as suas escolhas e atitudes são reflexos do seu cotidiano social. Nesse exato momento as pessoas se encontram à mercê da ferramenta que construíram e confrontando-se com a consequência de suas próprias decisões geram a necessidade da recriação de uma nova sociedade, de um novo inter-relacionamento a partir daquilo que aprenderam e foram capazes de evoluir através de todas as suas atitudes e decisões.
    Aceitar as limitações humanas e saber conviver com a enorme capacidade de aprendizado enraizada em cada indivíduo é o melhor caminho em busca da aceitação própria em relação à essa sociedade constantemente adaptada. Há quem afirme de punhos cerrados sua autenticidade no mundo, e eu defenderei até o último dia essa afirmação. Ora, culturalmente falando, somos frutos do sistema autoritário e coercitivo que gera moral e valores em massa, ora a própria cultura defende o diferencial de um povo: religião, etnia e entre outros referenciais. Partindo desse princípio, o que nos difere dos demais? Eu, você e eles? Não seríamos frutos do mesmo meio e logo teríamos os mesmos valores culturais?
    Eu digo que não! Cada ser conheceu seus medos e heroísmo, cada qual é capaz de discernir seu grau de conveniência do moralmente correto e incorreto. Todo indivíduo carrega consigo um montante de experiências em forma de dados, apenas acontecidos; esses dados são processados e geram informações que o enchem de poder. Sim, informação é poder: poder de decisão, de escolha, de argumentação, de autoridade poder de maturidade.
    Assumir um erro, não quer dizer que o envolvido esteja diretamente errado. Assumir um erro, ou qualquer responsabilidade é adentrar aos riscos, é envolver-se até a última gota de perseverança, por esse motivo,  pedir perdão é algo tão difícil atualmente, porque eu, você e eles já estamos tão cheios de responsabilidade pela vida de outras pessoas, e a maioria delas nem sabe da nossa possível existência, que assumir parte da direção de nossas próprias vidas já não cabe em nós mesmos.
    Perdoar vai além das fronteiras do entendimento, é abrir mão de conceitos pré definidos entre certo e errado, pois de alguma forma magoamos pessoas, assim como elas nos magoam, e sim, elas também derramam lágrimas como eu, como você e até mesmo eles. Elas são capazes de sorrir e de fazer alguém sorrir, assim como todos são. Perdoar é doar-se sem esperar retorno, é negligenciar-se em prol da consciência alheia, é amar o próximo quando ele mais precisa, é caminhar de mãos dadas quando a sociedade nega a sua existência. 
     Amar é perdoar de olhos fechados e se entregar sabendo que muitos apontarão seus erros que você sempre quis esconder até de você mesmo. Um dia  perguntaram a alguém quem era melhor: aquele que era diferente ou aquele que fazia a diferença; então calmamente ele respondeu: "O melhor é aquele que luta contra a própria indiferença".

"... o que se procura se encontra; é o que se negligencia que se deixa escapar"
Creonte - "Édipo Rei" - Sófocles 
   
    
     Ludimila do Nascimento Bassan

2 comentários:

  1. Olá Lu, obrigada por ter visitado o meu blog e obrigada por estar seguindo-o. Seu espaço é muito legal e você escreve muito bem, por isso já estou te seguindo também. Beijocas :)

    Lucy
    http://conformealetra.blogspot.com

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  2. esse poema e muito lindo e serve para que muitas pessoas possam refletir e aprender a perdoar o proximo!

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"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las".
(Voltaire)